segunda-feira, 20 de agosto de 2012

SEGREDOS DO MAR MORTO - PARTE 1

"Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o Mar Salgado)". (Gn 14:3)

"Descerá também este limite ao longo do Jordão,
e as suas saídas serão no Mar Salgado..."
(Nm 34:3,12)

A leste de Canaã e a oeste das montanhas de Moabe, num dos terrenos mais ásperos do deserto da Judéia, vê-se um profundo canal no centro do qual existe um lago com uma área aproximada de 930 km2. Esse corpo d'agua é chamado, em hebraico, "Inhame Hamelah", que significa "o mar Salgado".

São 77 km de comprimento (norte-sul) e cerca de 16 km, na maior largura. A profundidade máxima do lago é de cerca de 400 m, estando sua superfície a pouco mais de 400 metros abaixo do nível do mar. Trata-se do local mais baixo da terra.
Por milhares de anos, as águas do Jordão, ricas em minerais, abasteceram o lago. A elevada evaporação provocada pelo clima do deserto aumentou a salinidade para índices próximos a 30% ( nos demais mares, 3% a 6% ), o que favoreceu a formação de cristais na superfície.
A composição mineral do lago é de: 67% de cloro, 17% de magnésio e 10% de sódio; além de outros sais em menor percentual. A presença do enxofre é de 0,2%.
Antigos escritos judeus identificam esse corpo d'água como "Inhame S'dom" - "o mar de Sodoma" -, nome da cidade destruída por Deus e que era localizada em suas margens meridionais (Gn 19).
Alguns peregrinos, em tempos antigos, chamaram-no de "o Mar do Diabo" ao mentalizarem o diabo centelhando, ao tomar banho nas águas do lago".
Os filósofos gregos Aristóteles e Strabo escreveram sobre o lugar e chamamdo-o de "Lacus Asphaltis", ou "Lago de Asfalto".
Mas, para os gregos antigos, a desolação da área e a convicção que nenhuma vida poderia sobreviver nela, foi inspiração para um nome novo: "o Mar Morto".


O Mar Morto está no coração do Deserto de Judéia, região onde ocorreram fatos bíblicos importantes, como os episódios envolvendo as cidades gêmeas de Sodoma e Gomorra; a separação dos filhos de Abraão, Ismael e Isaque, gerando duas nações antagônicas (árabes e judeus); e onde o próprio Jesus foi tentado pelo Diabo durante quarenta dias e quarenta noites (Lc 4:2).



Apesar da ausência completa de vida desde uns três mil anos, os habitantes do deserto da Judéia descobriram que as águas salgadas do Mar Morto têm funções curativas e embelezam a pele.
Há afirmações de que entre os presentes que o rei Solomão deu à rainha de Sabá, quando de sua visita a Israel (2 Cr. 9, Séc. IX a.C.), estavam perfumes e cristais de sal extraídos desse lago. A crença era que quando os cristais dissolviam em água, a pessoa sentia-se calma, relaxada e rejuvenescida.
Mais de oitocentos anos depois, no Séc. I a.C., a rainha egípcia Cleopatra - que fez intenso uso de compostos do Mar Morto em seu tratamento de beleza - exigiu que o romano Marco Antônio conquistasse a região, por causa do efeito rejuvenescedor milagroso de seus produtos na pele dela. Sendo amante apaixonado da rainha, ele fez mais que isto: deu a área para ela, como um presente.
Entretanto, a Rainha descobriu que seus sábios não sabiam fabricar os hidratantes e as máscaras de lama do lago (os judeus locais eram zelosos sobre o segredo desses produtos). Segundo o perito em Mar Morto, Brett Goldberg, "eles empenharam ante Deus que até mesmo debaixo da ameaça de morte, nunca divulgariam as fórmulas para estranhos."
Em última instância, um acordo especial foi feito por Cleopatra "arrendando" os territórios anteriormente conquistados ao rei Herodes, o que resultou na renovação da provisão das fórmulas de beleza para ela.
Após a anexação final da Terra Santa pelo Império romano, no Séc,. II d.C., o Mar Morto caiu no esquecimento, sendo a atenção da história direcionada para a Europa e o Novo Mundo.
Os efeitos terapêuticos da águas do Mar Morto e os ingredientes de suas fórmulas para a pele estiveram perdido e esquecidos... até o seu ressurgimento, nos últimos anos.


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