sábado, 31 de dezembro de 2011

SERMÃO DE JOHN WESLEY - ~ESPÍRITO UNIVERSAL

ESPÍRITO UNIVERSAL
John Wesley



"E, partindo dali, encontrou-se com Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro, ao qual saudou e lhe perguntou: O teu coração é sincero para comigo como o meu o é para contigo? Respondeu Jonadabe: É. Então, se é, disse Jeú, dá-me a tua mão". (II Reis 10:15)

I. Vamos considerar a questão proposta por Jeú a Jonadabe, "O teu coração é sincero para comigo, como o meu o é para contigo?"

II. "Se teu coração for sincero, como o meu coração é com o teu", ama toda a humanidade, teus inimigos, os inimigos de Deus, os estranhos, como irmãos em Cristo.

III. Nós podemos aprender disto qual é o espírito católico.

1. Admite-se, mesmo em meio àqueles que não pagam este grande débito, que o amor é devido a toda a humanidade, a lei real: "Tu deves amar a teu próximo, como a ti mesmo", levando sua própria evidência a todos que ouvem isto: e que, não de acordo com a construção miserável colocada sobre ele, pelos zelotes dos tempos antigos: "Tu deves amar teu próximo", teus parentes, conhecidos, amigos, "e odiar teus inimigos"; não desta forma; "eu digo a vocês", diz o Senhor, "Amem seus inimigos; abençoem aqueles que os amaldiçoam; façam o bem àqueles que os odeiam; e orem por aqueles que maliciosamente os usam, e perseguem vocês; para que vocês possam ser os filhos", possam parecer assim à toda a humanidade de "seu Pai que está nos céus; aquele que faz Seu sol brilhar sobre o mal e o bom, e envia a chuva, sobre o justo e o injusto.

2. Mas é certo que existe um amor específico que nós devemos àqueles que amam a Deus. Assim Davi: "Todo meu deleite é junto aos santos que estão na terra, e junto tais que se distinguem na virtude". E assim, um maior do que ele: "Um novo mandamento eu dou a vocês: que amem uns aos outros: como eu tenho amado vocês, que vocês também amem uns aos outros. Através disto, todos os homens deverão saber que são Meus discípulos, se tiverem amor um para com o outro" (João 13:34-35). Este é aquele amor sobre o qual o Apóstolo João insiste tão freqüentemente e tão fortemente: "Esta", diz ele, "é a mensagem que vocês ouviram, desde o início, que nós devemos amar uns aos outros". (I João 3:11)."Por meio disto, percebemos o amor de Deus, porque ele dispôs sua vida por nós: e nós devemos", se o amor puder nos chamar para isto, "dispor nossas vidas pelos irmãos" (Versículo 16). E novamente: "Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor" (4:7-8). "Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros" (Versículo 10.11).

3. Todos os homens aprovam isto; mas todos os homens praticam isto? Experiência diária mostra o contrário. Onde estão, até mesmo os cristãos que "amam uns aos outros, como Aquele que nos deu o mandamento?" Quantos obstáculos colocam-se no caminho! Dois grandes e gerais obstáculos são, primeiro, que eles não podem todos pensar da mesma maneira, em conseqüência disto; segundo, que eles não podem caminhar de maneira semelhante; mas em diversos pontos menores, a prática deles deve diferir na proporção da diferença de seus sentimentos.

4. Mas, embora a diferença de opiniões e os modos de adoração possam impedir uma união inteira externa, ainda assim, ela precisa impedir nossa união em afeição? Embora não possamos pensar da mesma forma, nós não podemos amar da mesma forma? Sem dúvida que podemos. Nisto todos os filhos de Deus podem se unir, não obstante essas diferenças menores. Essas permanecendo como estão, eles podem favorecer uns aos outros em amor e nas boas obras.

5. Certamente, a este respeito, o exemplo do próprio Jeú, quando misturado ao caráter como o dele era, é merecedor tanto da atenção quanto da imitação por parte de todo cristão sério. "E, partindo dali, encontrou-se com Jonadabe, filho de Recabe, que lhe vinha ao encontro, ao qual saudou e lhe perguntou: O teu coração é sincero para comigo como o meu o é para contigo? Respondeu Jonadabe: É. Então, se é, disse Jeú, dá-me a tua mão".

O texto naturalmente divide-se em duas partes: -- Primeiro, a questão proposta por Jeú a Jonadabe: "Teu coração é sincero, assim como o meu coração é sincero com o teu?". Em Segundo Lugar, um oferecimento feito sobre a resposta de Jonadabe: "Se é"; "Se ele for, dá-me a tua mão".


I

1. Em Primeiro Lugar, vamos considerar a questão proposta por Jeú a Jonadabe: "Teu coração é sincero, como meu coração é para com o teu?".

A primeira coisa que podemos observar nestas palavras, é que aqui não existe pergunta, concernente às opiniões de Jonadabe. E ainda assim, é certo que ele mantinha algumas, que eram muito incomuns,; na verdade, completamente específicas a ele mesmo; e algumas que tinham uma influência restrita à sua prática; sobre a qual, igualmente, ele colocava tão grande ênfase, de maneira a vinculá-la junto aos filhos de seus filhos, até à última posteridade deles. Isto está evidente do relato dado por Jeremias, muitos anos depois de sua morte: "Então tomei a Jaazanias, filho de Jeremias, filho de Habazínias, e a seus irmãos, e a todos os seus filhos, e a toda a casa dos recabitas,  os introduzi na casa do Senhor, na câmara dos filhos de Hanã, filho de Jigdalias, homem de Deus, a qual estava junto à câmara dos príncipes que ficava sobre a câmara de Maaséias, filho de Salum, guarda do vestíbulo; e pus diante dos filhos da casa dos recabitas taças cheias de vinho, e copos, e disse-lhes: Bebei vinho. Eles, porém, disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou, dizendo: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos; não edificareis casa, nem semeareis semente, nem plantareis vinha, nem a possuireis; mas habitareis em tendas todos os vossos dias; para que vivais muitos dias na terra em que andais peregrinando. Obedecemos pois à voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo quanto nos ordenou, de não bebermos vinho em todos os nossos dias, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas; nem de edificarmos casas para nossa habitação; nem de possuirmos vinha, nem campo, nem semente; mas habitamos em tendas, e assim obedecemos e fazemos conforme tudo quanto nos ordenou Jonadabe, nosso pai". (Jeremias 35:3-10)

2. E ainda assim, Jeú (embora pareça ter sido sua maneira, ambas nas coisas seculares quanto religiosas, dirigir-se furiosamente) não se preocupou, afinal, com algumas dessas coisas, mas deixou Jonadabe afluir em sua própria consciência. E nenhum deles parecer ter dado ao outro a menor perturbação, no tocante às opiniões que mantinham.

3. É muito provável, que muitos homens bons agora também possam acolher opiniões específicas; e alguns deles podem ser tão singulares nisto, quanto Jonadabe foi. E é certo, até onde conhecemos, a não ser em parte, que todos os homens não irão ver as coisas do mesmo modo. É uma conseqüência inevitável da presente fraqueza e pequenez do entendimento humano, que muitos homens irão ser de diversas mentes na religião, assim como na vida comum. Assim tem sido, desde o começo do mundo; e assim será "até a restituição de todas as coisas".

4. Mais do que isto: embora cada homem necessariamente acredite que cada opinião específica que ele abrace é a verdadeira (uma vez que acreditar que alguma opinião não é verdadeira, é a mesma coisa que não acatá-la); ainda assim, nenhum homem pode estar seguro de que todas as suas opiniões, juntas, são verdadeiras. Mais ainda, todo homem pensante está seguro de que elas não são, vendo que para o homem "ser ignorante em muitas coisas, e equivocar-se em algumas, é a condição necessária da humanidade".  Isto, portanto, ele está consciente, é seu próprio caso. Ele sabe, no geral, que ele mesmo comete erros; embora naqueles equívocos específicos, ele não saiba, ou talvez, não possa saber.

5. Eu digo que "talvez, ele não possa saber"; porque quem pode dizer quão longe a ignorância indômita pode se estender? Ou (o que vem a ser a mesma coisa) o preconceito invencível? – que está tão freqüentemente fixado nas mentes ternas, de maneira que é impossível, mais tarde, arrancar o que tem tão profunda raiz. E quem pode dizer, a menos que ele conhecesse todas as circunstâncias que a atendem, quão longe qualquer equívoco é censurável? Vendo-se que toda culpa deve supor alguma conformidade com a vontade; da qual somente Ele que inspeciona os corações pode julgar.

6. Todo homem sábio, portanto, irá permitir que outros tenham a mesma liberdade de pensamento que ele deseja eles permitam a ele; e não irá insistir que eles abracem suas opiniões, mais do que eles insistem que ele abrace as deles. Ele suporta aqueles que diferem dele, e apenas pergunta àquele com que ele deseja se unir em amor cristão: "Teu coração é sincero comigo, como o meu coração é sincero com o teu?".

7. Em Segundo Lugar, nós podemos observar que aqui não existe pergunta feita quanto ao modo de adoração de Jonadabe; embora seja altamente provável que havia, neste aspecto também, uma muito ampla diferença entre eles. Porque nós podemos bem acreditar que Jonadabe, assim como toda sua posteridade, adorou a Deus em Jerusalém! Considerando que Jeú não o fez: ele tinha mais cuidado com a diplomacia de estado do que com a religião. E embora ele matasse os adoradores de Baal, e "destruísse Baal de Israel", ainda assim, do pecado conveniente de Jeroboão, a adoração dos "bezerros de ouro", ele "não se separou". (II Reis 10:29).

8. Mas, até mesmo, entre os homens de corações honestos; homens que desejam "ter uma consciência nula de ofensa", há necessidade, por quanto tempo existirem várias opiniões, de haver várias maneiras de adorar a Deus; vendo-se que a variedade de opiniões implicam uma variedade de prática. E como, em todas as épocas, os homens diferiram, em nada mais do que em suas opiniões, concernentes ao Ser Supremo; então, em nada mais eles diferiram uns dos outros, do que na maneira de adoração dele. Tivesse isto sido apenas no mundo pagão, não teria sido de todo surpresa; porque nós sabemos que "através" da "sabedoria" eles "não conheciam a Deus"; nem, portanto, poderiam eles saber como adorá-Lo. Mas não é estranho que, até mesmo, no mundo cristão, embora eles todos concordem em geral que "Deus é um Espírito; e que aqueles que o adoram devem adorá-Lo em espírito e verdade"; ainda assim, nos modelos específicos de adorar a Deus, são quase tão variados quanto entre os ateus?

9. E como devemos escolher entre tantas variedades? Nenhum homem pode escolher ou prescrever por outro. Mas cada um deve seguir os ditames de sua própria consciência, na simplicidade e sinceridade divina. Ele deve ser completamente persuadido em sua própria mente, e, então, agir de acordo com o melhor entendimento que ele tiver. Nem alguma criatura tem poder para constranger outra a caminhar pelas suas próprias regras. Deus tem dado nenhum direito a alguns dos filhos dos homens, de assim agirem como senhores sobre a consciência de seus irmãos; mas cada homem deve julgar por si mesmo, uma vez que cada homem deve dar um relato de si mesmo a Deus.

10. Embora, portanto, cada seguidor de Cristo seja obrigado, pela mesma natureza da instituição cristã, a ser um membro de alguma congregação particular ou de qualquer outra igreja, como isto é usualmente denominado (o que implica uma maneira pessoal de adoração a Deus; uma vez que "dois não podem caminhar juntos, a menos que estejam de acordo"); ainda assim, ninguém pode ser obrigado, por qualquer poder na terra, mas aquele de sua própria consciência, a preferir esta ou aquela congregação à outra; esta ou aquela maneira de adoração. Eu sei que é comumente suposto, que o lugar de nosso nascimento fixa a igreja para a qual devemos pretender; que alguém, por exemplo, que seja nascido na Inglaterra, deva ser membro daquela que é denominada de Igreja da Inglaterra, e, conseqüentemente, adorar a Deus de uma forma específica que seja prescrita por aquela Igreja. Eu fui uma vez um zeloso mantenedor disto; mas eu encontrei muitas razões para minorar este zelo. Eu temo que ele seja atendido com tais dificuldades que nenhum homem razoável poderia superar. Nem o menor deles que é, se esta regra tivesse tomado lugar, não teria havido Reforma do Catolicismo Romano; vendo que ele destrói inteiramente o direito do julgamento privado, no qual toda a Reforma se situa.

11. Eu não me atrevo, portanto, presumir impor meu modo de adoração a algum outro. Eu acredito que isto seja primitivamente verdadeiro e apostólico: mas minha crença é nenhuma regra para outro. Eu não pergunto, conseqüentemente, a ele, com quem eu quero me unir em amor cristão: você é da minha igreja, da minha congregação? Você recebe a mesma forma de governo religioso e permite os mesmos oficiais religiosos, como eu? Você se reúne na mesma forma de oração, na qual eu adoro a Deus? Eu não inquiro: Você recebe a Ceia do Senhor, na mesma postura e maneira que eu o faço? Nem se, na administração do batismo, você concorda comigo em admitir garantia para o batizado, na maneira de administrá-lo; ou quanto à idade daqueles a quem ele deveria ser administrado. Mais do que isto, eu não pergunto de você (tão claro quanto eu estou em minha mente), se você permite batismo e Ceia do Senhor, afinal. Deixe que todas essas coisas como estão: nós iremos falar delas, se for necessário, em uma ocasião mais conveniente. Minha única pergunta no momento é esta: "Teu coração é sincero para comigo, quanto o meu é sincero para contigo?".

12. Mas o que está propriamente implícito nesta questão? Eu não quero dizer: O que Jeú inseria nisto: Mas, o que poderia um seguidor de Cristo entender por meio disto, quando ele propõe isto a algum dos seus irmãos?

11. Eu não me atrevo, portanto, presumir impor meu modo de adoração a algum outro. Eu acredito que isto seja primitivamente verdadeiro e apostólico: mas minha crença é nenhuma regra para outro. Eu não pergunto, conseqüentemente, a ele, com quem eu quero me unir em amor cristão: você é da minha igreja, da minha congregação? Você recebe a mesma forma de governo religioso e permite os mesmos oficiais religiosos, como eu? Você se reúne na mesma forma de oração, na qual eu adoro a Deus? Eu não inquiro: Você recebe a Ceia do Senhor, na mesma postura e maneira que eu o faço? Nem se, na administração do batismo, você concorda comigo em admitir garantia para o batizado, na maneira de administrá-lo; ou quanto à idade daqueles a quem ele deveria ser administrado. Mais do que isto, eu não pergunto de você (tão claro quanto eu estou em minha mente), se você permite batismo e Ceia do Senhor, afinal. Deixe que todas essas coisas como estão: nós iremos falar delas, se for necessário, em uma ocasião mais conveniente. Minha única pergunta no momento é esta: "Teu coração é sincero para comigo, quanto o meu é sincero para contigo?".

12. Mas o que está propriamente implícito nesta questão? Eu não quero dizer: O que Jeú inseria nisto: Mas, o que poderia um seguidor de Cristo entender por meio disto, quando ele propõe isto a algum dos seus irmãos?

A primeira coisa inserida é esta: Teu coração é sincero em direção a Deus? Tu crês na existência Dele e em suas perfeições? Sua eternidade, imensidão, sabedoria e poder? Sua justiça, misericórdia e verdade? Crês que ele agora sustenta todas as coisas, através da palavra de seu poder? E que ele governa, até mesmo o mais minúsculo; mesmo o mais nóxio, para sua própria glória, e o bem daqueles que o amam?  Tu tens a evidência divina, a convicção sobrenatural das coisas de Deus? Tu "caminhas pela fé, e não pelas vistas?". Não olhando para as coisas temporais, mas para as coisas eternas?

13. Tu crês no Senhor Jesus Cristo, "Deus sobre todos, abençoado para sempre?". Ele está revelado em tua alma? Tu conheces Jesus Cristo, e Ele crucificado? Ele habita em ti, e tu Nele? Ele está formado em teu coração pela fé? Tendo absolutamente repudiado todas as tuas próprias obras, tua própria retidão, tu tens te "submetido à retidão de Deus, que é pela fé em Jesus Cristo?" Tu te "encontras Nele, não tendo tua própria retidão, mas a retidão que é pela fé?". E tu estás, através Dele, "lutando a boa luta da fé, agarrando-se à vida eterna?".

14. Tua fé está preenchida com a energia do amor? Tu amas a Deus (eu não digo, "acima de todas as coisas", porque se trata de uma expressão não bíblica ou ambígua, mas) "com todo teu coração, e com toda tua mente, e com toda tua alma, e todas as tuas forças?". Tu buscas toda tua felicidade Nele apenas? E tu encontras o que buscaste? Tua alma continuamente "glorifica o Senhor, e teu espírito se regozija no Deus teu Salvador?". Tendo aprendido "em todas as coisas, dar graças, tu consideras que esta é uma coisa alegre e prazerosa?". Deus é o centro da tua alma; a somatória de todos os teus desejos? Tu estás, conseqüentemente juntando tesouros nos céus, e considerando todas as outras coisas mais, esterco e imundície? O amor a Deus expulsou o amor do mundo de tua alma? Então, tu estás "crucificado para o mundo"; tu estás morto para todos abaixo; e tua "vida está oculta com Cristo em Deus".

15. Tu estás empregado em fazer, "não tua própria vontade, mas a vontade dele que o enviou a ti" – Dele que enviou a ti para que permaneças aqui, por algum tempo, para passar poucos dias em uma terra estranha, até que tendo terminado a obra que Ele deu a ti para fazer, tu retornes à casa de teu Pai? É tua carne e bebida "fazer a vontade de teu Pai que está nos céus?". Teu olho é puro em todas as coisas? Sempre fixado Nele? Sempre olhando para Jesus? Tu objetivas a Ele, no que quer que tu faças? Em todo o teu trabalho, teus negócios, teu modo de vida? Almejas apenas a Glória de Deus em tudo, "o que quer que tu faças, quer em palavra ou ação, fazendo tudo em nome do Senhor Jesus; dando graças junto a Deus, mesmo ao Pai, através Dele?".

16. O amor de Deus te constringe a servir a Ele com temor; a "regozijar-se junto a Ele com reverência?". Estás tu mais temeroso de desagradar a Deus, do que tanto da morte quanto do inferno? Nada é tão terrível a ti, do que o pensamento de ofender os olhos de Sua glória? Sobre este alicerce, tu "odeias todos os maus caminhos"; todas as transgressões à sua lei perfeita e santa; e nisto "exercita-te a ter uma consciência nula de ofensa em direção a Deus, e em direção ao homem?".

17. Teu coração está sincero em direção ao teu próximo? Tu amas toda a humanidade, como a ti mesmo, sem exceção? "Se tu amas apenas aqueles que te amam, que agradecimento tens tu?". Tu "amas teus inimigos?". Tua alma está cheia de boa-vontade, de afeição terna, em direção a eles? Tu amas, até mesmo, os inimigos de Deus; os ingratos e iníquos? No mais íntimo de ti, tu te enterneces por eles? Tu "aceitarias ser amaldiçoado" temporariamente por causa deles? E tu mostras isto, "abençoando aqueles que te amaldiçoam, e orando por aqueles que, maliciosamente usam, e perseguem a ti?".

18. Tu demonstras teu amor, através de tuas obras? Enquanto tens oportunidade, de fato, "fazes o bem a todos os homens", próximos, ou estranhos; amigos ou inimigos; bons ou maus? Fazes a eles todo o bem que podes; esforçando-te para suprir todas as necessidades deles; assistindo a eles, tanto no corpo quanto na alma, no máximo de teu poder? – Se tu estás assim inclinado, possa cada cristão dizer, sim, se tu estás sinceramente desejoso disto, e seguindo até que consigas, então, "teu coração é sincero, como meu coração é sincero com o teu".


II

1. "Se for assim, dá-me tua mão". Eu não quero dizer, "seja da minha opinião". Você não precisa: Eu não espero ou desejo isto. Nem eu quero dizer que "eu serei da tua opinião". Eu não posso; isto não depende de minha escolha: Eu não posso pensar mais do que eu possa ver ou ouvir, como eu desejo. Mantém tua opinião; eu a minha; e isto tão firmemente quanto sempre. Você não precisa, nem mesmo, se esforçar para vir até mim, ou me levar até ti. Eu não desejo disputar esses pontos, ou ouvir ou falar, concernente a eles. Deixa todas as opiniões apenas de um lado ou de outro; apenas "dá-me a tua mão".

2. Eu não quero dizer, "abraça meus modos de adoração", ou "eu irei abraçar os teus". Esta também é uma coisa que não depende quer da tua escolha ou da minha. Nós devemos ambos agir como completamente persuadidos em nossa própria mente. Segura com firmeza aquilo que acreditas seja mais aceitável para Deus, e eu irei fazer o mesmo. Eu creio que a forma episcopal do governo religioso seja bíblica e apostólica. Se tu consideras que o Presbiteriano Independente é melhor, continua a pensar assim, e age de acordo. Eu acredito que as crianças devam ser batizadas; e que isto pode ser feito, por imersão ou aspersão. Se tu estás persuadido do contrário, seja, então, assim, e siga tua própria persuasão. Parece a mim, que as formas de oração são de uso excelente, particularmente, na grande congregação. Se tu julgas a oração improvisada de melhor uso, age, adequado ao teu próprio julgamento. Meu sentimento é que eu não devo proibir água, onde as pessoas possam ser batizadas; e que eu devo comer pão e beber vinho, em memória do meu mestre morto: entretanto, se tu não estás convencido disto, age de acordo com o entendimento que tu tens. Eu não tenho desejo de disputar contigo, em nenhum momento, sobre esses assuntos precedentes. Deixa todos esses pontos menores de lado. Que eles nunca sejam revelados, "se teu coração é como o meu"; se tu amas a Deus e a toda a humanidade, eu não faço mais perguntas. "dá-me a tua mão".

3. Em Primeiro Lugar, eu quero dizer, ama-me: e isto não apenas como tu amas a toda a humanidade; não apenas como tu amas teus inimigos, ou os inimigos de Deus, aqueles que odeiam a ti, que "maliciosamente usam a ti, e te perseguem"; não apenas como um estranho; como alguém de quem tu não sabes nem bem, nem mal, -- Eu não estou satisfeito com isto, -- não; "se teu coração é sincero, como o meu é sincero para contigo", então, ama-me com uma afeição muito terna, como um amigo que é mais íntimo que um irmão; como um irmão em Cristo, um concidadão da Nova Jerusalém, um soldado companheiro engajado na mesma guerra, sob o mesmo Capitão de nossa salvação. Ama-me como um companheiro no reino e amor de Jesus, e um co-herdeiro de Sua glória.

4. Ama-me (mas em um grau mais sublime do que tu fazes com a massa da humanidade), com o amor que é longânime e delicado; que é paciente, -- se eu sou ignorante ou estou fora do caminho, carrega e não aumenta meu fardo; e é terno, delicado, e compassivo ainda; não inveja, se, em algum tempo, agradar a Deus prosperar-me em Sua obra, muito mais do que a ti. Ama-me com o amor que não se altera, quer por minhas tolices ou enfermidades; ou mesmo devido ao meu agir (se algumas vezes puder parecer assim a ti), não de acordo com a vontade de Deus. Ama-me de modo a não desejar mal a mim; a jogar fora todo ciúme e maldade presumida. Ama-me com o amor que cobre todas as coisas; que nunca exibe minhas faltas ou enfermidades, -- que crê em todas as coisas; está sempre desejoso de pensar o melhor; de colocar a mais fiel edificação sobre todas as minhas palavras e ações, -- que espera todas as coisas; mesmo aquelas coisas relatadas que nunca foram feitas; ou não foram feitas com tais circunstâncias como são relatadas; ou, pelo menos, aquelas que foram feitas com uma boa intenção, ou em uma profunda influência de tentação. E espere até o fim, para que o que quer que esteja defeituoso, irá, pela graça de Deus, ser corrigido; e o que quer que esteja faltando, suprido, através das riquezas de Sua misericórdia em Jesus Cristo.

5. Em Segundo Lugar, recomenda-me a Deus, em todas as tuas orações; luta por mim, em meu benefício, para que Ele possa rapidamente corrigir o que parece a Ele, impróprio; e suprir o que seja necessário em mim. Em teus acessos mais próximos ao trono da graça, implora a Ele que está, então, tão presente em ti, que meu coração possa ser mais como o teu coração; mais sincero tanto em direção a Deus quanto em direção ao homem; para que eu possa ter uma convicção mais completa das coisas não vistas, e um entendimento mais forte do amor de Deus em Jesus Cristo; possa mais rapidamente caminhar pela fé, e não pelas vistas; e mais honestamente agarrar a vida eterna. Ora para que o amor a Deus e a toda a humanidade possa ser mais largamente derramado em meu coração; para que eu possa ser mais fervente e ativo ao fazer a vontade de meu Pai que está nos céus; mais zeloso das boas obras; e mais cuidadoso em abster-me de toda a aparência do mal.

6. Em Terceiro Lugar, eu quero dizer, incentiva-me a amar e fazer as boas obras. Apóia tua oração, quanto tiveres oportunidade, falando a mim, em amor, no que quer que tu acreditas ser para a saúde de tua alma. Apressa-me na obra que Deus tem me dado a fazer, e instrua-me em como fazê-la mais perfeitamente. Sim, "atinja-me amigavelmente e me reprove", onde quer que eu pareça a ti estar fazendo preferivelmente a minha vontade, do que a vontade Daquele que me enviou. Ó fala, e não poupa, o que quer que tu acreditas possa conduzir, tanto a emendar minhas faltas, fortalecer minha fraqueza, edificar-me no amor, quanto tornar-me mais adequado, em qualquer tipo, para o uso do Mestre.

7. Eu quero dizer, por ultimo, não me ames em palavra apenas, mas em ação e em verdade. Tanto quanto conscientemente puderes (retendo ainda tuas próprias opiniões, e tua maneira própria de adorar a Deus), une-te a mim na obra de Deus; e vamos seguir de mãos dadas. E é certo que tu podes ir assim tão longe. Fala honrosamente, onde quer que estejas, da obra de Deus, através de quem quer que Ele opere, e delicadamente de seus mensageiros. E, se estiver em teu poder, não apenas condoa-se deles, quando estão em alguma dificuldade ou aflição, mas dê a eles uma assistência disposta e efetiva, para que eles possam glorificar a Deus em teu proveito.

8. Duas coisas devem ser observadas com respeito ao que tem sido falado sob este ultimo assunto: Qualquer que seja o amor; qualquer que seja os ofícios do amor; qualquer que seja sua assistência temporal ou spiritual, eu reivindico dele, cujo coração é sincero, como o meu é para com ele, o mesmo que eu estou pronto, pela graça de Deus, de acordo com minha medida, a dar a ele; o outro, a quem eu não fiz esta reivindicação, em meu próprio proveito, mas de todos, cujos corações são sinceros em direção a Deus e ao homem, para que possamos todos amar, uns aos outros, assim como Cristo tem nos amado.


III

1. Uma inferência nós podemos fazer do que foi dito. Nós podemos aprender disto, o que é um espírito universal.

Escassamente existe alguma expressão que tenha sido mais grosseiramente mal compreendida, e mais perigosamente mal aplicada do que esta: no entanto, para alguém que calmamente considere as observações precedentes será fácil corrigir algumas tais incompreensões, e impedir tais más aplicações.

Porque, disto nós aprendemos, Em Primeiro Lugar, que um espírito universal não é latitudinarismo especulativo [Sistema teológico do século XVII na Inglaterra, que advogava a tolerância quanto a variações não essenciais de doutrinas]. Não se trata de uma indiferença a todas as opiniões: isto é cria do inferno, e não produto dos céus. Esta hesitação de pensamento; isto sendo "dirigido para cima e para baixo, e isto se rendendo a todo vento de doutrina", é uma grande maldição, não uma bênção; um inimigo irreconciliável, não um amigo do verdadeiro universalismo. Um homem de um espírito universal não tem que buscar agora a sua religião. Ele está fixo, como o sol, em seu julgamento, concernente às principais ramificações da doutrina cristã. É verdade, que ele está sempre pronto a ouvir e pesar o que quer que possa ser oferecido contra seus princípios; mas como isto não mostra qualquer indecisão em sua própria mente, assim, nem isto ocasiona alguma. Ele não hesita entre duas opiniões, nem se esforça inutilmente para misturá-las em uma só. Observem isto, vocês que não sabem do que se trata o espírito universal; aqueles que chamam a si mesmos homens de um espírito católico, apenas porque vocês são de um entendimento confuso; porque suas mentes são todas um nevoeiro; porque vocês não têm estabelecido princípios consistentes, mas os têm misturado desordenadamente. Esteja convencido de que vocês têm perdido seu caminho completamente; vocês não sabem onde vocês estão. Vocês pensam que estão indo para o mesmo espírito de Cristo; quando, na verdade, vocês estão mais perto do espírito do anticristo.  Vão, primeiro, e aprendam os primeiros elementos do Evangelho de Cristo, e, então, poderão aprender a ser de um espírito verdadeiramente universal.

2. Em Segundo Lugar, daquilo que tem sido dito, nós aprendemos que um espírito católico não é uma espécie prática de latitudinarismo. Ele não é indiferente tanto à adoração pública, quanto às maneiras exteriores de executá-la. Isto, igualmente, não seria uma bênção, mas uma maldição. Longe de ser uma ajuda a isto, iria, por quanto tempo permanecesse, ser um obstáculo à adoração de Deus, em espírito e em verdade. Mas o homem de um espírito verdadeiramente católico, tendo pesado todas as coisas na balança do altar, não tem dúvida, não tem escrúpulos, afinal, concernente à algum modo pessoal de adoração, em que ele participe. Ele está claramente convencido de que esta maneira de adorar a Deus é tanto bíblica quanto racional. Ele não conhece pessoa alguma no mundo que seja mais bíblica; ninguém que seja mais racional. Portanto, sem divagar, daqui para lá, ele adere-se mais perto a isto, e louva a Deus, pela oportunidade de assim fazê-lo.

3. Em Terceiro Lugar, nós podemos aprender disto, que um espírito católico não é indiferente a todas as congregações. Esta é uma outra espécie de latitudinarismo, não menos absurda, e não bíblica do que a anterior. Mas está muito longe de um homem de espírito verdadeiramente universalista. Ele está fixo em sua congregação, assim como em seus princípios. Ele está unido a uma; não apenas a uma, em espírito, mas através de todos os laços de camaradagem cristã. Lá ele participa de todas as ordenanças de Deus. Lá ele recebe a Ceia do Senhor. Lá ele derrama sua alma em oração pública, e se reúne em louvor e ação de graças pública. Lá ele se regozija de ouvir a palavra da reconciliação, o evangelho da graça de Deus. Com esses seus mais próximos, seus mais amados irmãos, nas ocasiões solenes, ele busca Deus pelo jejum. Esses particularmente ele vigia em amor; como ele faz com sua alma; admoestando, exortando, confortando, reprovando, e em todas as maneiras edificando um ao outro na fé. Esses ele cuida como sua própria família; e, portanto, de acordo com a habilidade que Deus tem dado a ele, naturalmente cuida deles, e providencia para que eles possam ter todas as coisas que são necessárias para a vida e santidade.
4. Mas, enquanto ele está firmemente ajustado em seus princípios religiosos, os quais ele acredita ser a verdade que está em Jesus; enquanto ele firmemente adere àquela adoração de Deus que ele julga ser mais aceitável aos seus olhos; e enquanto ele está unido, através dos laços mais ternos e íntimos a uma congregação em particular, -- seu coração se estende em direção a toda a humanidade, esses que conhece, e esses que não conhece; ele abraça com afeição forte e cordial o próximo e os estranhos; amigos e inimigos. Este é o amor católico ou universal. Porque somente o amor dá o título a este caráter: o amor universal é o espírito universal.
5. Se, então, tomamos esta palavra em seu sentido mais estrito, um homem de espírito católico é alguém que, na maneira acima mencionada, dá sua mão a todos os corações que são sinceros, como seu coração: alguém que sabe como valorizar e louvar a Deus, por todas as vantagens que ele desfruta, com respeito ao conhecimento das coisas de Deus, à maneira bíblica de adorá-Lo, e, acima de tudo, sua união com a congregação, temendo a Deus e operando retidão: alguém que, retém essas bênçãos, com o cuidado mais estrito, mantendo-as como a menina de seus olhos, ao mesmo tempo que ama – como amigos, como irmão no Senhor, como membros de Cristo e filhos de Deus, como parceiros unidos agora do reino presente de Deus e companheiros herdeiros de seu reino eterno – todos, qualquer que seja a opinião, ou adoração, ou congregação, que crêem no Senhor Jesus Cristo; que amam a Deus e homem; que, regozijando-se no agradar, e temendo ofender, é cuidadoso de abster-se do mal, e zeloso das obras do bem. Ele é o homem de espírito católico, que suporta todos esses continuamente junto ao seu coração; que tendo uma inexplicável ternura por essas pessoas, e almejando pelo bem-estar delas, não cessa de recomendá-las a Deus em oração, assim como defender a causa delas diante de homens; que fala confortavelmente delas, e trabalha, através de todas as suas palavras, para fortalecer suas mãos em Deus. Ele as assiste ao máximo de suas forças em todas as coisas, espirituais e temporais. Ele está pronto para "exaustar-se e ser exaustado por elas"; sim, de colocar sua vida pela causa delas.

6. Tu, ó homem de Deus, pensa sobre essas coisas! Se tu estás pronto neste caminho, segue em frente. Se tu, antes, erraste o caminho, graças a Deus que te trouxe de volta! E agora corre a corrida que está colocada diante de ti, no caminho real do amor universal. Presta atenção, a fim de que tu não estejas hesitante em teu julgamento, ou limitado em teu interior: mas mantém uma paz sempre, enraizada na fé uma vez entregue aos santos, e alicerçada no amor, no verdadeiro amor universal, até que tu sejas tragado no amor para sempre e sempre!

[Editado anonimamente na Memorial University of Newfoundland com correções por George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ESTUDOS DOUTRINÁRIOS / O DIA DE JESUS CRISTO

O DIA DE JESUS CRISTO

Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos" (2 Ts 2.1).
Em uma revista cristã alemã  texto excelente sobre "O Dia de Jesus Cristo", ou seja, sobre o arrebatamento (1 Ts 4.13-18), e  reproduzido como introdução a esta mensagem:

Arrebatados!

De repente, num breve e intenso momento, no instante mais feliz e esperado durante séculos pela Igreja de Jesus, o próprio Senhor que estará voltando chamará os Seus: Ele vai chamá-los dos vales silenciosos, das colinas banhadas de sol, dos cemitérios das aldeias, das profundezas dos mares, dos cenários de guerra, das selvas da Índia, das terras pantanosas da África, das ilhas dos mares longínquos. De qualquer lugar solitário onde Seus filhos tiverem morrido sofrendo a Seu serviço, eles ressuscitarão glorificados para ir ao encontro do seu Senhor. Os crentes que ainda estiverem vivos serão arrebatados ao encontro do Senhor nos ares. Que visão para olhos que choram! Que esperança para corações que aguardam! Que estímulo para realizar tarefas que já deveriam ter sido feitas há muito tempo!
Arrebatados! Quem consegue imaginar isso? Enquanto muitas pessoas estiverem ocupadas com seus afazeres, os cristãos irão ao encontro do seu Senhor. Talvez, enquanto estiverem ajoelhados em seu quarto, orando, eles serão arrebatados. Talvez serão arrebatados quando estiverem meditando em seus corações justamente sobre a Palavra de Deus que fala sobre a volta de Jesus! Enfermos, sofrendo pacientemente no leito da enfermidade, serão arrebatados e irão ao encontro do seu Senhor!
Devemos permanecer vigilantes, pois não sabemos a hora em que o Filho do Homem virá! Não sabemos a hora em que o Senhor chegará; mas também não sabemos de nenhuma hora em que Ele não possa vir! Isso ainda poderá demorar anos; ou poderá acontecer amanhã – e também pode acontecer ainda hoje.
Nas mensagens sobre o arrebatamento procuro mostrar que devemos fazer diferença entre o "Dia de Jesus Cristo" e o "Dia do Senhor". O "Dia de Jesus Cristo" é o dia da vinda do Senhor como Noivo para a Sua Igreja, Sua Noiva. Esse dia começará com o arrebatamento, que será seguido pelo julgamento diante do tribunal de Cristo e pelas bodas do Cordeiro. O "Dia do Senhor", ao contrário, será um tempo de juízos para o mundo ímpio e para Israel, por ter rejeitado o Filho de Deus (2 Ts 2.9-12). O "Dia do Senhor" começará depois do arrebatamento, desembocará na Grande Tribulação, terminando com o estabelecimento do reino de Cristo sobre a terra e com a restauração do povo judeu.
A seguir apresentamos uma breve distinção entre o "Dia de Jesus Cristo" para o arrebatamento e o "Dia do Senhor" para o estabelecimento do Seu reino:

1. O terrível juízo sobre os descrentes
Após o arrebatamento, a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira, atingirá o mundo incrédulo com todo o seu ímpeto. Então os homens colherão o que semearam. Todo o engano da injustiça se abaterá sobre os que não quiseram arrepender-se (Ap 9.20-21; 16.9-11), e eles não terão mais a chance de voltar atrás. Eles estarão perdidos e continuarão perdidos: "Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos" (2 Ts 2.9-10). Eles serão de tal modo dominados por uma poderosa força do engano, que toda a sua "segurança" consistirá da mais pura insegurança. E o pior será que eles nem o perceberão, porque estarão totalmente cegos e entregues à própria sorte: "É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira" (v.11). Eles serão julgados, e sua condenação consistirá em serem dominados pelo diabo na pessoa do anticristo. Por terem se deleitado com a injustiça e a mentira, eles serão entregues a essa mesma mentira e crerão nela: "a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça" (v.12).

2. A segurança eterna dos crentes
A seguir, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, dirige-se aos crentes em 2 Tessalonicenses 2. Ele fala de uma maneira totalmente diferente e com outra entonação, fazendo com que os cristãos se sintam aliviados: "Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade" (v.13). Aqui temos certeza em lugar de incerteza, garantia ao invés de dúvida, consolo em lugar de desesperança. Paulo diz
– que ele pode dar graças pelos crentes;
– que eles são amados pelo Senhor;
– que eles são escolhidos por Deus, salvos e santificados pelo Espírito Santo;
– que eles creram na verdade em Jesus Cristo, e por isso não terão que passar pelo tempo da Tribulação como aqueles (vv. 9-12) que não aceitaram a verdade para serem salvos e que não creram na verdade.
Como Paulo podia ter tanta certeza e escrever de maneira tão positiva à igreja em Tessalônica? Porque ele sabia que Jesus tornou-se tudo para aqueles que crêem nEle. Paulo conhecia muito bem a verdade da Primeira Epístola aos Coríntios: "Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1 Co 1.30). E ele também sabia da verdade expressa em Hebreus 10: "então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados" (Hb 10.9-10,14).
À Igreja aguarda a inimaginável glória de Jesus Cristo, o cumprimento da oração de Jesus: "Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo" (Jo 17.24). Isso será realizado no dia do arrebatamento, quando Jesus voltar conforme Sua promessa: "...voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também" (Jo 14.3).
Continuamos lendo em 2 Tessalonicenses 2.15-17: "Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa. Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra." Aqui aparecem novamente as palavras que sempre são usadas em conexão com o arrebatamento: firmeza, consolação e esperança (veja Jo 14.1; 1 Ts 4.13-18; 1 Co 15.58; 2 Ts 2.2). E tudo isso porque a Igreja creu nAquele que é o Único que pode salvar. O Senhor Jesus expressa da seguinte maneira o Seu consolo para aqueles que crêem nEle: "Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de Deus" (Jo 16.27).

3. Jesus Cristo conduz Sua Igreja para o alvo
Paulo escreve em Filipenses 1.6-7: "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus. Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós..." (veja também Fp 3.20-21). Certamente o apóstolo Paulo também sabia das fraquezas dos filipenses. Mesmo assim, ele estava plenamente convicto de que o Senhor haveria de completar a obra começada também em suas vidas, e não excluiu ninguém dessa expectativa. Ele sabia que no dia do arrebatamento Deus não deixaria para trás nenhum de Seus filhos, mas alcançaria o alvo com todos eles. Certa vez o reformador Martim Lutero disse:
Por minha maldade e fraqueza inatas, tem sido impossível para mim satisfazer as exigências de Deus.
Se não pudesse crer que Deus me perdoa, por amor a Jesus, se não conseguisse acreditar que Ele apaga todas as minhas falhas e toda a minha incapacidade de alcançar Seu padrão, o que me faz chorar e lamentar todos os dias, tudo estaria acabado para mim!
Eu teria que desesperar, mas não o faço. Não me dependuro numa árvore, como Judas. Eu me enlaço nos pés de Cristo, como fez a pecadora. Embora eu seja pior do que ela, agarro-me ao meu Senhor.
Então Jesus dirá ao Pai: "Este pobre desesperado também terá que passar. Ele não cumpriu os Teus mandamentos, mas se agarra a mim, Pai! Eu morri também por ele. Deixe-o entrar!"

Esta é a minha fé!
Da nossa parte, não temos nenhuma capacidade natural que nos deixe perfeitamente preparados para o dia da volta de Jesus. Mas o apóstolo Paulo expressa com as seguintes palavras o que podemos e devemos fazer:
"...de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co 1.7-8).
"...olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus" (Hb 12.2; veja também 1 Ts 3.12-13).
Esse "olhar para o alto" é extremamente importante para um cristão. Pois, o pior que alguém pode fazer quando a água lhe chega ao pescoço é desanimar. Como exemplo vou contar um acontecimento verdadeiro com uma aplicação espiritual:

Olhar para cima
Certa vez um jovem marinheiro teve que subir ao mastro durante uma tempestade. As ondas levantavam o barco para alturas estonteantes e logo em seguida jogavam-no para profundezas abismais. O jovem marujo começou a sentir vertigens e estava quase caindo. O capitão gritou para ele: "Moço, olhe para cima!" De maneira decidida, o marinheiro desviou seu olhar das ondas ameaçadoras e olhou para cima. E esse olhar para o céu o salvou. Ele conseguiu subir com segurança e executar a sua tarefa.
Quando os dias de tribulação revolvem a nossa vida, quando as tempestades da vida nos confundem e os horrores do abismo se abrem diante de nós, nosso coração começa a tremer, e a alma sofre vertigens de medo e horror. Perdemos o equilíbrio e somos ameaçados de despencar. Entretanto, se desviarmos nosso olhar dos perigos e olharmos para o Ajudador, se buscarmos a face do Senhor em oração e agarrarmos a Sua poderosa mão, nosso coração se aquietará, receberemos força e paz para podermos executar as nossas tarefas em meio às tempestades e finalmente seremos vitoriosos.

4. A transformação na Sua imagem
Filipenses 3.20-21 fala dessa transformação: "Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas" (veja também Cl 3.3-4). A Bíblia dá aos filhos de Deus a garantia de que eles têm direito de cidadania no céu desde agora, enquanto ainda vivem sobre a terra. O céu não é um país estrangeiro, ele é nosso lar, nossa pátria. Ali os cristãos verdadeiros têm direito de habitar, ali estão inscritos os seus nomes (Lc 10.20). Todo filho de Deus é selado com o Espírito Santo e assim tem passagem livre e acesso à cidade edificada por Deus.
A Igreja de Jesus busca esse lar e anseia por essa morada celestial, esperando que seu Senhor volte de lá. A palavra grega "apekdechometha", que se encontra em Filipenses 3.20 e é traduzida por "aguardamos", no texto original expressa um forte anseio e uma intensa expectativa. Trata-se de um ardente anseio por um acontecimento que se crê ser iminente. O significado é "espichar o pescoço aguardando temerosamente para não perder o que se espera". Será que não nos tornamos muito negligentes em relação à nossa espera pela volta de Jesus?
Quando o Senhor Jesus voltar, Deus transformará nosso corpo humilde, fraco e débil, não em um corpo angelical, não em qualquer corpo de glória, mas "...para sermos conformes à imagem de seu Filho" (Rm 8.29). Se isso não estivesse escrito exatamente assim, não ousaríamos dizê-lo, nem teríamos coragem de pensar a respeito. Mas também em 1 João 3.2 é apresentada essa grandiosa verdade: "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é" (veja também 2 Ts 2.14; 1 Co 15.43; 1 Ts 4.17).

5. Uma última exortação
É notável que Paulo diz primeiro em completa confiança: "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6), mas depois continua como se temesse alguma coisa: "...preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente" (Fp 2.16). Será que, em relação à eternidade, pode realmente haver algo que seja "em vão"? Ora, a salvação eterna nos está garantida, pois Jesus consumou a obra da reconciliação para todos os que crêem nEle. Mas em relação ao galardão ou à herança, e à posição que ocuparemos no céu, pode haver coisas que tenham sido "em vão". Paulo quer dizer com isso: se vocês não perseverarem na palavra da vida, se vocês não se preocuparem seriamente com o discipulado, com a maneira com que seguem ao Senhor, se Jesus não for sempre a mais alta prioridade em suas vidas – então todo o meu trabalho, todas as minhas instruções, minhas cartas, minhas exortações e minhas orações terão sido em vão. Para todos os filhos de Deus que não querem levar a sério o discipulado de Jesus haverá um amargo "em vão!"
Como será esse "em vão"? Sabemos que após o arrebatamento teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo. Ali tudo virá à luz, e ali a nossa vida será avaliada. Está escrito em 2 Coríntios 5.10: "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo" (veja também 1 Co 4.5). A Bíblia nos adverte claramente acerca da possibilidade de ficarmos envergonhados: "Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda" (1 Jo 2.28).
Como será ficar "envergonhados na sua vinda" para aqueles que não seguiram a santificação? Penso que a respeito existe um exemplo muito interessante e admoestador no Antigo Testamento: Deus havia prometido ao Seu povo uma terra que "mana leite e mel", uma terra em que Israel haveria de ter paz e onde Deus sempre estaria com Seu povo. Mas os israelitas daquele tempo deixaram-se influenciar pelos relatos negativos dos dez espias, que falaram mal da Terra Prometida e começaram a murmurar terrivelmente. Então eles não quiseram ocupar a terra, preferindo voltar para a escravidão no Egito – o que, no Novo Testamento, significa voltar para o mundo. Em conseqüência disso apareceu a glória do Senhor. Ele os repreendeu por sua incredulidade. Deus estava a ponto de destruir todo o povo, mas Moisés intercedeu por Israel, orando: "Agora, pois, rogo-te que a força do meu Senhor se engrandeça, como tens falado, dizendo: O Senhor é longânimo e grande em misericórdia, que perdoa a iniqüidade e a transgressão, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta gerações. Perdoa, pois, a iniqüidade deste povo, segundo a grandeza da tua misericórdia e como também tens perdoado a este povo desde a terra do Egito até aqui" (Nm 14.17-19). E o Senhor lhe respondeu: "Tornou-lhe o Senhor: Segundo a tua palavra, eu lhe perdoei. Porém, tão certo como eu vivo, e como toda a terra se encherá da glória do Senhor, nenhum dos homens que, tendo visto a minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, todavia, me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz, nenhum deles verá a terra que, com juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que me desprezaram a verá" (vv.20-23). O povo recebeu o perdão e não foi destruído, mas perdeu a recompensa; perdeu tudo aquilo que Deus queria dar-lhe de presente (veja Js 5.6; 14.8-10,14).
Sofrer danos na glória eterna, ficar "envergonhados" diante do tribunal de Cristo, consiste em sermos salvos, mas perdermos a herança (o galardão). É disso que fala 1 Coríntios 3.15: "se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo." A Bíblia Viva diz nessa passagem: "Entretanto, se a casa que ele edificou queimar-se, ele terá um grande prejuízo. Ele mesmo será salvo, mas como um homem fugindo através duma barreira de chamas." Esse também foi o caso de Ló, que foi salvo de Sodoma, cidade madura para o juízo, mas perdeu sua mulher e todos os seus bens (Gn 19.1ss). Por essa razão o Senhor Jesus ressurreto advertiu: "Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa" (Ap 3.11).
Pelo fato desse assunto ser tão sério, vamos exortar-nos e também animar-nos mutuamente com as palavras de Romanos 13.11-14: "E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências."
Para que possamos fazer tudo de maneira correta, precisamos colocar conscientemente a Jesus em primeiro lugar em nossas vidas, dando todo o espaço a Ele. O seguinte episódio ilustra o que quero dizer:
Mudança de lugar
O organista de uma igreja em certa aldeia estava tocando um trecho de uma composição de Mendelssohn. Mas ele tocava muito mal. Um estranho que ia passando pela rua ouviu os acordes, entrou na igreja e esperou o final da música. Então ele pediu ao organista que o deixasse tocar. Este se opôs energicamente: "Além de mim, ninguém toca nesse órgão!" Por várias vezes o estranho teve que pedir e implorar, até que finalmente o organista cedeu. O estranho se assentou diante do órgão, acertou os registros e começou a tocar a mesma música. Mas que diferença! A pequena igreja encheu-se de música celestial. O organista escutava extasiado e perguntou: "Quem é o senhor?" O visitante respondeu: "Eu sou Mendelssohn!’ "O quê?", disse o organista, "e eu não quis deixá-lo tocar o órgão!?"
Jesus salvou a nossa vida de maneira maravilhosa e nos comprou por alto preço. Somos obra Sua. Permitamos que Ele toque os acordes da música de nossa vida! Então Ele tomará nossa existência em Suas mãos e fará dela uma melodia celestial.
Eu gostaria de enfatizar e sublinhar ao máximo esse apelo tão simples! Pois, se você permitir essa mudança de lugar e entregar ao Senhor Jesus Cristo o domínio sobre sua vida através de uma decisão consciente, Ele a transformará maravilhosamente! Então você será algo para louvor da Sua glória e terá a certeza de que não será envergonhado na Sua vinda!

ESTUDOS DOUTRINÁRIOS / SE JESUS VOLTASSE AMANHÃ

SE JESUS VOLTASSE AMANHÃ

E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Ap 22.12).

Imaginemos Jesus voltando amanhã para buscar a Sua Igreja. Imaginemos ter exatamente 24 horas de prazo à nossa disposição. O que seria importante para nós nesse momento? Como usaríamos o tempo disponível?
No começo haveria uma grande agitação. Mas certamente cada um de nós rapidamente faria planos acerca do que ainda desejaria realizar na terra nessas últimas 24 horas.
Em primeiro lugar, todo crente se humilharia diante de Deus e confessaria todos os pecados que inquietam seu coração e pesam em sua consciência. Em seguida, iríamos rapidamente falar com todas as pessoas contra quem cometemos injustiças, pedindo-lhes perdão e procurando verdadeira reconciliação. Quando não fosse possível fazê-lo pessoalmente, telefonaríamos, escreveríamos ou mandaríamos um fax.
Para estar ainda mais bem preparado para o arrebatamento, certamente todo crente ainda haveria de pensar sobre as oportunidades de servir negligenciadas e tentaria recuperar as chances perdidas. Acima de tudo nos empenharíamos para que nossos parentes, amigos e vizinhos ouvissem um testemunho claro da nossa fé. Não mediríamos esforços e faríamos tudo para ganhar a sua atenção. Eles haveriam de perceber a nossa seriedade. E provavelmente nesse dia cada um de nós ganharia pelo menos uma pessoa para Jesus.
Então pensaríamos no nosso dinheiro, lastimando termos dado tão poucas ofertas para o reino de Deus. Sacaríamos as nossas cadernetas de poupança, distribuindo o dinheiro de maneira sensata onde houvesse necessidade. Nem em sonho alguém pensaria em desperdiçar tempo com divertimentos e lazer nesse dia.
A seguir iríamos para a última reunião de estudo bíblico e oração na igreja. O prédio seria pequeno demais para tanta gente. Muitos estariam de pé. Todos orariam sem envergonhar-se no meio da grande multidão ou em grupos menores. E quando chegasse a hora dos testemunhos, as pessoas não iriam parar de falar. Cada um contaria das suas experiências com Deus e relataria o que o Senhor fez por seu intermédio nesse dia. Certamente todos os testemunhos terminariam de maneira semelhante: "Eu lamento muito porque por tantos anos não vivi de maneira totalmente consagrada, que ajudei tão pouco na expansão do reino de Deus, que dei poucas ofertas, que quase não testemunhei a outros, e que raramente participei das reuniões de oração, porque pretensamente tinha coisas mais importantes a fazer. Espero que o Senhor ainda demore mais um pouco e só volte daqui a dois ou três anos! Então eu mudaria totalmente a minha vida! Gostaria tanto de produzir frutos para a eternidade, de juntar tesouros no céu".


Ninguém olharia para o relógio desejando que o culto acabasse logo.
É uma atitude absolutamente realista crer que Jesus poderá voltar amanhã. Todos os sinais do nosso tempo mostram que vivemos nos últimos dias. Mas talvez ainda nos restem exatamente esses dois ou três anos de prazo para trabalhar para o Senhor. Assim, nosso desejo de fato estaria realizado e ainda teríamos tempo para recuperar parte daquilo que negligenciamos. Comecemos hoje mesmo!

ESTUDOS DOUTRINÁRIOS / UNIDADE MUNDIAL E A MANIFESTAÇÃO DO ANTICRISTO

UNIDADE MUNDIAL E A  MANIFESTAÇÃO DO ANTICRISTO

"Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem" (Ap 17.13).
Esse texto das Escrituras é um versículo-chave das profecias para os fins dos tempos. As palavras um só pensamento referem-se à síntese da unidade mundial. Devemos notar bem que os "dez reis" não são forçados a entregar o poder ao maligno, à besta, mas que eles "oferecerão à besta o poder e a autoridade que possuem". Obviamente é decisão unânime dos dez reis permitirem que uma pessoa governe, ao invés de dez.
O velho provérbio: "Unidos, resistiremos; divididos, cairemos", aplica-se a este caso. Com que propósito os "dez reis" entregarão seu poder e sua autoridade? No versículo seguinte temos a resposta: "Pelejarão eles contra o Cordeiro..."
Quanta arrogância! Não se trata de um mal-entendido causado por um erro de comunicação, mas claramente de uma ação deliberada contra o Senhor. O versículo 12 nos mostra que estes dez reis "...recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora", indicando que a besta faz parte da estrutura de poder dos dez reis que voluntariamente transfere sua autoridade à pessoa chamada "a besta". O ímpeto final de todas as nações é dirigido contra o Cordeiro. Por quê? Porque todas as nações estão sujeitas ao governo do príncipe das trevas, o deus deste mundo!
Mil anos antes de Cristo, o salmista escreveu: "Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas" (Sl 2.2-3). Não devemos minimizar a afirmação de que as nações se opõem ao Senhor e escolhem o deus deste mundo. Esses versículos bíblicos acabam com qualquer dúvida de que todas as nações são fundamentalmente contrárias ao Senhor e Seu Ungido.
Alguém pode fazer uma pergunta legítima: "Por que as nações se levantariam contra o Senhor?" O apóstolo Paulo responde: "Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira" (2 Ts 2.9-11).
Eles optarão entre "sinais, e prodígios da mentira" e "o amor da verdade". Essa é a obra do pai da mentira que engana as nações. As massas humanas o seguirão voluntariamente, de maneira que no final os dez líderes mundiais eleitos entregarão sua autoridade e seu poder ao anticristo.
Em contraste, a intenção de Deus está claramente revelada em João 3.16: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". A rejeição intencional da oferta da salvação é o motivo pelo qual Deus "lhes manda a operação do erro".
Quero salientar que: pelas aparências, o mundo imagina que segue a justiça. Os líderes políticos e religiosos pretendem estabelecer a verdade e a prosperidade na terra através da imposição pacífica da democracia em toda parte. Pouco se pode dizer contra os surpreendentes progressos alcançados no que se refere ao nosso padrão de vida – em especial no Ocidente. Que o digam as classes inferiores da sociedade! Poucos sonhavam, há 50, 60, ou 70 anos atrás, adquirir tanto com seus salários. O conforto com que contamos hoje era inconcebível há algumas décadas. Quem, no início deste século, imaginaria possuir telefone, geladeira, ar-condicionado, e um automóvel deslizando suavemente pelas rodovias? Quem alguma vez pensou que teríamos acesso a qualquer tipo de alimento fresco no mercado 24 horas por dia? Estes avanços tornaram-se tão abundantes, graças à unificação dos países. O Estado norte-americano da Carolina do Sul, por exemplo, testemunhou a triplicação da economia num período de apenas duas décadas. Mas, apesar de todo este progresso em benefício da humanidade, o homem continua insatisfeito; há um vazio em seu íntimo.
Em minha visita ao Parlamento Europeu em Bruxelas, na Bélgica, um professor enfatizava entusiasticamente, numa conferência de duas horas, que o sucesso e a riqueza da Europa são apenas o começo. Mais de 30.000 funcionários em inúmeros escritórios trabalham com os 626 representantes eleitos do Parlamento, comunicando-se em 11 idiomas com a ajuda de 7.500 tradutores profissionais. O conferencista enfatizou de forma clara a pretensão da União Européia em assumir as responsabilidades dos países-membros soberanos. "Precisamos de mais europeização", enfatizou o orador. "Identidades nacionais", continuou, "são prioridades secundárias". Tornar-se membro da União Européia é extremamente difícil, mas é impossível retirar-se dela. A constituição não prevê o desligamento de membros. "Isso é para sempre!", disse o orador.
O espírito de unificação é irresistível e infindáveis são as possibilidades. No passado se perguntava: Quem são estes dez reis? Referem-se a dez nações européias? Em 1967 o Dr. Wim Malgo, fundador da "Obra Missionária Chamada da Meia-Noite", escreveu: "Não procuremos por dez países-membros do Mercado Comum Europeu como sendo o cumprimento de Apocalipse 17.12. Ao invés disto, procuremos as dez estruturas de poder que se desenvolverão por iniciativa européia, mas serão de alcance mundial."
Vemos a globalização não só na política e na economia mas também na religião. A maioria dos conflitos militares, tanto no passado como no presente, têm sido basicamente em torno de questões religiosas. No Sudão, os muçulmanos estão assassinando cristãos, mas na antiga Iugoslávia os maometanos foram dizimados por "cristãos" sérvios mais fortes. O conflito entre a Índia e o Paquistão, na verdade, é uma questão religiosa entre muçulmanos e hindus.
Desta forma, a unificação é o próximo passo para a Nova Ordem Mundial globalmente democrática que prosperará pacificamente. Por isso, não fico surpreso ao ver o grande sucesso de movimentos que têm por objetivo unir as denominações. Depois de conseguido isto, o anelo dos homens se voltará para um líder que, de acordo com muitos estudiosos da Bíblia, só espera a hora de se manifestar. Um rei terrível, de "feroz catadura" (Dn 8.23), a besta, o anticristo, está por vir!
À luz de todos estes fatos, como crentes no Senhor Jesus Cristo, o que devemos fazer? A resposta está em 2 Tessalonicenses 2.15-17: "Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa. Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra.




sábado, 17 de dezembro de 2011

ESTUDOS DOUTRINÁRIOS / OS CINCO MINISTÉRIOS

                     MINISTÉRIO PALAVRA VIVA

OS CINCO MINISTÉRIOS

Onde estão os cinco ministérios dentro da igreja? Sabe, eu fico observando algumas congregações e consigo perceber a existência das cinco funções em muitas delas. O único problema é que, na maioria das vezes, as pessoas não sabem que ali está um evangelista, um profeta ou um mestre, e nem mesmo aqueles que o são sabem disso. Há muitos homens e mulheres com Pr. na frente de seus nomes, o que não condiz com suas reais funções no corpo. Tenho visto muitos Prs. apóstolos, Prs. profetas, Prs. mestres, Prs. evangelistas e, é claro, Prs. pastores de verdade. É impressionante como essa pequena abreviatura pode esconder e abafar tanto algumas das funções na igreja.

Tenho pesquisado nas Escrituras e até agora não encontrei uma passagem que diga que a igreja tem que ser basicamente pastoral, no sentido de que todo o funcionamento do corpo parte desse ministério. Isso seria uma sobrecarga ao verdadeiro pastor. Para isso existem os ministérios. É claro que o pastor é essencial, mas eu creio que a igreja só se move em triunfo com o pleno funcionamento dos cinco ministérios. Respeito e entendo completamente a autoridade pastoral. As Escrituras deixam bem claras as orientações aos pastores da igreja. Leia Hb 13:17 e 1Pe 5:2. Portanto, não é a submissão que eu estou discutindo aqui. Isso é indiscutível. Há pouco tempo, escutei testemunhos tremendos de irmãos que vivem isso em suas congregações. O resultado é sempre o mesmo: poder de Deus na igreja. Hoje em dia, é possível receber o famoso “Pr.” na frente do nosso nome através de cursos via Internet. É verdade. Veja bem, é importante entender que os cinco ministérios, na verdade, se resumem no ministério de Jesus. Quando perguntarem qual é o seu ministério? É certo dizer que é o ministério de Jesus. Nosso Senhor foi um apóstolo ao fundamentar a verdade, enviar Seus discípulos e ser enviado por Deus com base nesse fundamento. Ele foi um profeta ao liberar a voz de Jeová para o povo de Israel. Ele foi um mestre ao ensinar acerca das Escrituras no templo ou no monte das Oliveiras. Ele foi um evangelista ao realizar sinais e maravilhas que apontavam para Ele como Messias, salvando a muitos. E, finalmente, Ele foi um pastor ao amar e cuidar de Suas ovelhas, alimentado-os e servindo-os. Jesus foi tudo isso e muito mais. Também é importante ressaltar que há outras funções dentro da igreja, além dessas cinco. Por exemplo, há o diácono, que é aquele que está sempre pronto para o serviço, seja ele qual for. Eles são tesoureiros, porteiros, zeladores, etc. Não importa. Eles amam servir a igreja e, com isso, a Deus. Leia Atos 6 e conheça a vida de Estevão. Há os intercessores, que são aqueles que se levantam em oração e guerreiam no mundo espiritual, intercedendo pelo “povo”.

 Eu creio que podemos englobar também o ministério de louvor (música, dança, artes, etc.). Apesar de muitos não acharem uma base bíblica concisa para o ministério de louvor, eu entendo ele como uma das funções dos levitas.
Podem haver músicos (dançarinos, etc.) profetas ou evangelistas, sim. Porém, há também aqueles que se dedicarão somente ao louvor na casa do Senhor. Prama mim, é uma função. Um ministério.

 Com certeza, há outras áreas que não cabem ser analisadas nesse estudo. Portanto, é importante entender que nem todos são apóstolos, profetas, mestres, evangelistas ou pastores. Todos são sacerdotes, sim. Porém, com funções diferentes, não classificadas hierarquicamente.


Agora, é fundamental que esses cinco ministérios sejam atuantes dentro da igreja. Vamos discorrer um pouco sobre cada um, sem nos aprofundarmos muito.



PASTOR

Quantos pastores (com Pr.) há no mundo? Talvez milhões. Com certeza, necessitamos de muitos pastores para apascentar o grande número de ovelhas. O problema aqui é que muitos Prs. não são pastores, e muitos que não tem um Pr. na frente do nome, são. Resumidamente, o pastor é aquele que cuida da ovelha. Ele visita, ajuda nos problemas, ele conhece a cada um, aconselha e exorta. Tudo isso em um âmbito pessoal e sentimental relacionando suas vidas com Deus e seus caminhos de amor. Dentro de uma congregação podemos ter um pastor-presidente. No entanto, cada líder que cuida de um determinado grupo e recebe um chamado divino para ser responsável por ele, para cuidar de seus membros com um amor sobrenatural, também é um pastor. Porém nem todo líder é pastor. Compreende? Com isso, concluimos que há pastores de pastores. Não vejo nenhum problema nisso. É só olharmos para Jesus. Ele é pastor de pastores. Na verdade, Ele é o pastor de todos. O ministério pastoral precisa estar submetido a essa verdade absoluta. Isso afirma que, na verdade, nenhum de nossos pastores são donos das ovelhas que apascentam. Jesus é o dono.

MESTRE

Com certeza, a função do mestre é a de mais fácil compreensão dentre as cinco. O mestre conhece profundamente as Escrituras e tem o dom de Deus para ensina-las de maneira perfeita e clara. Muitas vezes o mestre poderá explicar uma mensagem de um profeta, com base nas Escrituras, esclarecendo a profecia à luz da Palavra. Muitos de nossos Prs. são mestres. Isso fica claro quando abrem a boca para pregar.
Conseqüentemente, podemos observar que ele não é muito bom em cuidar das ovelhas, porque sente uma forte necessidade de estudar e ler em busca do conhecimento que vem do Senhor.

EVANGELISTA

Esses homens atraem multidões, pois são canais para sinais e maravilhas da parte de Deus. Muitas vezes esse ministério é relacionado com aquele que evangeliza. Porém, não é somente isso. Todos têm que evangelizar, e é claro que o evangelista evangeliza. No entanto, ele o faz com um amor sobrenatural pelas almas perdidas e conforme vai crescendo nesse amor e em fé, Deus começa a usa-lo como canal de milagres, atraindo a muitos. Muitos avivalistas de hoje são evangelistas. Como os mestres, há muitos desses que recebem um Pr. na frente de seus nomes, mas não são pastores. Eles nunca têm horário livre em suas agendas para atender as suas “ovelhas” de maneira adequada. Para que então ter esse Pr.?


PROFETA


Esse é o ministério mais badalado dos últimos anos. O ministério profético está sendo restaurado na igreja do Senhor. Glória a Deus! O profeta é aquele que anda com Deus e traz a direção ao “povo”. Ele aponta, não conduz. Geralmente, os profetas tendem a ser estranhos e se destacam entre os outros ministros. Isso porque a constante comunhão com a glória do Senhor transforma radicalmente a sua maneira de pensar e agir. O profeta consola, encoraja e exorta, não representando a sua pessoa, mas a Deus. Ele olha para a congregação como um todo e a coloca dentro da igreja da cidade e do mundo. Não confundir ministério profético com profecia. Todos podem profetizar, mas isso não faz da pessoa um profeta. Isso serve para todos os ministérios. Todos podem ensinar, mas isso não faz da pessoa um mestre. Percebe?


APÓSTOLO


Onde está o apóstolo nos dias de hoje? Eles foram apenas os doze? Nada disso. O apóstolo é aquele que traz os fundamentos para a igreja. Ele ajusta a “falsa doutrina” com a verdade que há em Cristo. Há muitos Prs. que na verdade são apóstolos. Geralmente, esses homens têm uma visão ampliada do reino de Deus implantado na Terra. Eles enviam pessoas e são enviados por Deus para fundamentar a igreja através das verdades e princípios bíblicos. Eles ajudam a restaurar esse fundamento. Nós estamos passando do pastoral para o apostólico nesse tempo. Aleluia! O apóstolo sempre olha para a base. Ele se preocupa com que a casa fique firme e não caia. Ele ajusta todas as mensagens a esses fundamentos básicos, que nada mais são do que as verdades de Deus.


MISSIONÁRIOS

Esse, com certeza, não é um dos cinco ministérios. Veja, Paulo foi um apóstolo e também missionário. Pode parecer redundante, mas o missionário é aquele que tem uma missão. De uma maneira abrangente, vemos que todos temos uma missão. No entanto, ao avaliarmos aqueles que são chamados de missionários hoje em dia, vemos um outro problema de títulos. Muitos missionários são apóstolos, evangelistas, etc. É claro que há aqueles que realmente são chamados para irem e levarem as Boas-Novas aos países distantes. São homens e mulheres de coragem, mas são tão missionários quanto eu e você. No entanto, podemos aplicar esse título dessa maneira. já que fica mais clara e destacada a sua missão.

Percebe, o importante aqui não é o título. Primeiro, é importante entender que Deus nos chamou antes mesmo de nascermos. Busque entender isso. Segundo, precisamos ter consciência do que somos no reino de Deus nesse momento, mesmo que os outros não saibam realmente. Seu ministério não precisa ser anunciado aos quatro cantos da Terra. Você precisa apenas exerce-lo. Deixe Deus fazer o resto. Agora, um verdadeiro mestre não poderá exercer seu ministério com plenitude se ele tem obrigações de pastor sem que esse seja o seu chamado. O mesmo de aplica ao profeta, evangelista e todas as relações possíveis entre os chamados específicos de Deus. No entanto, um mestre pode profetizar e um apóstolo pode realizar sinais e maravilhas, atraindo a muitos. Em alguns casos, uma pessoa pode ser usada em mais de um dos ministérios. Isso é possível. Porém, mesmo assim, um dos dois irá se sobrepor ao outro no coração dessa pessoa, e de Deus.

Há uma linha em que, na verdade, os cinco ministérios foram derramados como um todo sobre a igreja (corpo) e por isso não há mais um ministério apostólico/profético, individual. Eu entendo que isso é uma meia verdade. Através do Espírito Santo, podemos sim profetizar, ensinar, realizar milagres, cuidar de ovelhas e reivindicar os princípios divinos. Porém, há uma especificação da parte do Senhor para que haja um pleno funcionamento dessas funções através do indivíduo. No mais, é essencial entender que os ministérios atuam em conjunto. Eles não sobrevivem sozinhos, mas necessitam uns dos outros.

Também acho possível que uma pessoa inicie com um ministério pastoral e depois seja chamada para ser profeta ou apóstolo. Isso também é possível, mas a pessoa tem que estar atenta para entender a voz de Deus. Quem chama é o Senhor. Não vise nenhum ministério. Você vai reconhecer a voz Dele. Deus te chama para ser obediente e humilde. Nada mais. Lembre-se, a obra é Dele.

De acordo com um estudo da Christie Tristão sobre ministério, vemos que ele tem três propósitos: servir a Deus, servir à igreja e servir no mundo. O ministro (seja qual for a sua função) precisa atender os seguintes requisitos: integridade, humildade, longanimidade, suportar ao outro, mansidão, viver em unidade e amor, santidade, retidão, pureza, ter amor à palavra e viver cheio do Espírito.