C E P A
MINISTÉRIO PALAVRA VIVA
“A enfermidade na vida do crente”
Is 38. 1 - 8
A lição desta semana traz um tema que tem dado
margem a muitas interpretações e, por isso mesmo, gerado muitos equívocos: a
doença na vida do crente. Os debates envolvem a sua origem, a convivência com
ela e a possibilidade de cura. Em cada um desses subtemas, deparamos com
diversos questionamentos.
A origem das enfermidades
Rm6.23 cf.Gn3.19
Uma discussão milenar no seio da Igreja é sobre a
origem das enfermidades. Há quem diga que toda doença tem origem no pecado,
outros afirmam que a doença não tem nenhuma relação com o pecado. De certa
forma, a primeira afirmação não está errada, porque as enfermidades só entraram
no mundo por ocasião da queda do ser humano no pecado (Gn 3). As doenças
surgiram a partir daí. Mas isso não significa que toda doença seja resultado/
castigo de algum pecado cometido além do original.
Também não devemos ir ao outro extremo. No exemplo
bíblico citado pelo autor, Jesus nega que a cegueira de um homem que ele e os
discípulos encontraram no caminho tivesse origem em algum pecado, do cego ou
dos pais dele (Jo 9.1-3). Mas isso não significa que não haja doença contraída
dessa forma, ou seja, como consequência do pecado . Essa realidade parece não
ter mudado na era da Igreja, pois em 1Coríntios 11.29,30, Paulo declara: “O que
come e bebe indignamente [a ceia do Senhor] come e bebe para sua própria
condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disso, há entre vós
muitos fracos e doentes…”. “Como
resultado da falta de julgamento próprio, alguns dos membros da igreja de
Corinto [...] foram acometidos por males físicos [...]. Uma vez que não
julgaram o pecado em sua vida, o Senhor teve de tomar medidas disciplinares”.
Você pode sugerir esta discussão aos alunos: se uma
pessoa contrai uma doença venérea como resultado de sua vida pregressa ou de um
caso extraconjugal, isso é doença causada pelo pecado ou uma doença “natural”,
ainda que originada num contexto pecaminoso?
Há doenças que fazem parte do processo de provação
divina, como é evidente no caso de Jó. Os adeptos das teologias triunfalistas
não aceitam de modo algum essa possibilidade. Não podem entender que algo
negativo possa resultar num bem. Talvez nunca tenham lido a história de José do
Egito ou o texto de Romanos 8.26-28. Não está claro se o caso de Timóteo,
citado pelo autor, se encaixa nessa categoria.
O caso de Jó também é comprovadamente de origem
maligna, mas não de possessão demoníaca. Mas é fato que os demônios podem
deixar suas vítimas doentes. Pesquise comentários sobre os textos de Marcos
9.17 e Lucas 13.10-17, citados como exemplo pelo autor.
As doenças da vida moderna
Os três males citados pelo autor (depressão,
síndrome do pânico e doenças psicossomáticas) podem acometer os crentes em
Cristo. Eu mesmo ainda estou me recuperando de uma depressão. Enquanto vivermos
neste mundo, estaremos sujeitos aos seus males. Pesquise com cuidado as doenças
mencionadas e apresente alguns exemplos à classe. Talvez você mesmo ou alguns
de seus alunos já tenham sido vitimados por elas.
O que fazer diante da dor e
sofrimento
Certas correntes teológicas “não aceitam” a doença.
Outras descreem da cura divina. O tema da cura também é complexo. Na Bíblia,
vemos pessoas curadas instantaneamente por intervenção divina (Mt 12.15; At
28.8). Há pessoas que servem a Deus com fidelidade, mas vivem doentes. É o caso
de Timóteo, citado anteriormente. E olhe que ele tinha amigos como o apóstolo
Paulo e conhecia outros gigantes da fé do Novo Testamento! No Antigo
Testamento, Eliseu realizou milagres extraordinários, mas morreu doente (2Rs
13.14). A cura ou ausência de cura depende de fatores como a origem da doença e
a fé de quem repreende a doença ou do próprio doente (At 3.6; 5.14-16).
Consulte bons comentários bíblicos para poder apresentar argumentos sólidos
sobre cada caso.
Recomendamos:
Comentário Bíblico do Antigo e Novo Testamento
Earl
D. Radmacher – Ronald B. Allen –H. Wayne House
Concordância Bíblica Exaustiva Joshua
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