domingo, 15 de janeiro de 2012

ESTUDO DOUTRINÁRIO / TEOLOGIA - BIBLIOLOGIA

      


Teologia

Bibliologia 

TEORIAS SOBRE A INSPIRAÇÃO DA BLÍBLIA

O termo Bíblia é o plural da palavra grega Biblos ou a forma diminutiva biblion, mais utilizada na versão dos LXX e no Novo Testamento.

Significava, no principio, qualquer tipo de documento escrito:
Rolo – códice – carta e etc...
Na versão dos LXX e nas fontes judaicas e cristãs, o termo Livro Sagrado ou o hierai biblioi designava o Pentateuco ou conjunto do Antigo Testamento. 
Durante séculos a Igreja Cristã utilizou as Escrituras Sagradas sem definir solenemente sua fé na inspiração dos livros sagrados. Com o passar dos anos chegou-se a compreensão de que Deus é o autor do Antigo e do Novo Testamento, listando todos os livros sacros.
Duas expressões que aparecem no Novo Testamento são utilizadas pelos teólogos  para  dar  autoridade  divina  às  Escrituras:   escritor  inspirado
( 2Pe 1.19-21 ) e livro inspirado ( 2Tm  3.15 ). Assim o cristianismo aceita “ DEUS – autor da Escritura e os homens como seus instrumentos, sem reduzi-los a instrumentos mecânicos.

A TEORIA DO DITADO
Segundo a qual Deus teria comunicado idéias e palavras aos escritores bíblicos, que escreviam exatamente o que haviam recebido em suas mentes.   Esta obra foi abandonada no final do século XIX.

A TEORIA DA APROVAÇÃO SUPERIOR
Afirmava que os homens  escreveram os livros da Bíblia e a Igreja os aprovou. Ela ( a teoria ) foi modificada mais tarde com a idéia de que o Espírito Santo teria dado assistência aos escritores, impedindo-os de cometer  erros,  sem interferir com outra influência.


A TEORIA DA INSPIRAÇÃO FORMAL  E NÃO MATERIAL

Que afirmava haver Deus inspirado o conteúdo das Escrituras e não a expressão verbal, fruto do talento e da capacidade dos escritores sagrados.
Essa teoria foi modificada  em sua parte metodológica. Isto é, não se deveria partir da afirmativa de que “Deus é o Autor “, mas da noção teológica de inspiração divina. Enfim é o estudo da Bíblia o ponto de partida básico para se refletir sobre a inspiração divina que é Deus operando para produzir um efeito concreto: a Bíblia.
No século XIX, o próprio princípio da inspiração foi julgado, pois alguns negavam a intervenção sobrenatural de Deus, Entretanto, foi formulado o seguinte princípio:

            “Se alguém não aceita como sacros e canônicos os livros completos             
            das   Sagradas  Escrituras  com  todas  as  suas partes,  segundo  a
            enumeração que deles  faz  tradições e os concílios da Igreja,  ou se
            alguém nega que estes livros são   divinamente inspirados, que este
            tal seja anátema”.

O influxo da divina inspiração sobre o autor sagrado, pode-se dizer, começa com a própria vida.
No caso de Jeremias, por exemplo, foi chamado desde o ventre materno
( Jr. 1.5 ). Possuía qualidades intelectuais, imaginativas e emocionais para compor determinado livro. No momento de realizá-lo, a inspiração divina atuou sobre a pessoa, que foi preparada para uma tarefa   definitiva na história da salvação.
A ação de Deus sobre o autor sagrado pode ser definida como Spiritu Sancto Inspirante.

Essa inspiração influi em todas as faculdades do autor, afetando o entendimento especulativo ( o que se há de comunicar ) e o entendimento prático ( o modo de comunicá-lo ).

O autor sagrado possuía convicção, segurança e visão penetrante desenvolvidas sob o influxo da inspiração. A comunidade redcebia os textos na certeza de que  eram vindos de Deus. O Senhor Deus utilizou pessoas lugares, coisas e acontecimentos  para dirigir e orientar o entendimento do autor sagrado.

A vontade do autor também estava sobre o influxo da inspiração divina.
Uma vez aceitando a Bíblia como a palavra de Deus, observam-se os efeitos  desta inspiração sob quatro aspectos:

1          Deus se revela da Bíblia.
2          A Bíblia forma uma unidade Completa.
3          A Bíblia permite o encontro entre Deus e a pessoa.
4          A inerrância na Bíblia se evidencia.


A FORMAÇÃO DO CÂNON

Toda Religião revelada precisa do estabelecimento de um Cânon sagrado que identifique a revelação de Deus.
A fé judaico-cristã sentiu a necessidade do Cânon para conservar, preservar e observar essa revelação.

Canônicos são livros aceitos pela comunidade cristã como sagrados, divinamente inspirados e fidedignos para a instrução dos fiéis.

No Antigo Testamento os critérios eram:

Os autores sagrados registraram, de forma escrita, as revelações e mensagens que recebiam da parte de Deus, para que servissem  de orientação aos seus descendentes. ( Ex.17.14; Dt.31.24; At.7.38 em diante).
A confirmação pelo Espírito Santo,produzindo Fé e Obediência à palavra de Deus.


CÂNON JUDAICO

O cânon hebraico é composto de 24 livros, divididos em três  grupos:

A Lei  ( Torah ), os profetas ( Nebhim ) e os escritos ( Kethubim ).

TORAH – Gênesis – Êxodo – Levítico – Números e Deuteronômio.

NEBHIM – Josué, Juizes, Samuel, Reis, Isaias, Jeremias, Ezequiel,  e os doze  ( os nossos profetas menores ).



KETHUBIM – Salmos – Provérbios, Jó, Daniel, Esdras, - Neemias  - Crônicas -( os cinco rolos ) Cantares Estér - Rute  - Lamentações - Eclesiastes .

Obs: “Os cinco rolos”. São chamados assim porque cada um deles foi escrito individualmente para ser lido nas festividades judaicas:

Cantares  -  na Páscoa.

Festa em que os Israelitas comemoram a libertação dos seus antepassados no Egito ( Ex  12.1-20; Mc 14.12 ). Cai no dia 14 de NISÂ ( colheita de cevada,  mais ou menos 1 de abril ). Em hebraico o nome dessa festa é Pessach. A FESTA DOS PÃES ASMOS era um prolongamento da Páscoa  ( Dt 16.1-8).
 
Rute   -  no Pentecostes.

Festa da Colheita  ( At. 2.1 ) A palavra pentecostes é grega e quer dizer “ qüinquagésimo” (dia), pois essa festa era comemorada cinqüenta dias depois da Páscoa. (  Colheita Geral , Vinicultura ( mês 5/6 ).


Eclesiastes  -  na Festa dos Tabernáculos.

Festa dos Israelitas para lembrar o tempo em que os seus antepassados haviam morado em barracas na viagem pelo deserto, do Egito à Terra Prometida ( Lv. 23. 33-36 ). Começava no dia 15 do mês de ETANIM e durava uma semana ( mais ou menos a primeira semana de outubro ).

Estér   -  no Purim

Festa dos judeus que caía nos dias 14 e 15 de adar,( chuvas tardias, mês 12 )  na qual se comemorava a vitória contra HAMÂ. “Purim” quer dizer “sortes” ( Et 3.6; 9. 20-32 ).

Lamentações    -  no aniversário da destruição de Jerusalém.

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