Teologia
Bibliologia I
TEORIAS SOBRE A INSPIRAÇÃO DA BLÍBLIA
O termo Bíblia é o plural da palavra grega Biblos ou a forma
diminutiva biblion, mais utilizada na versão dos LXX e no Novo Testamento.
Significava,
no principio, qualquer tipo de documento escrito:
Rolo
– códice – carta e etc...
Na
versão dos LXX e nas fontes judaicas e cristãs, o termo Livro Sagrado ou o
hierai biblioi designava o Pentateuco ou conjunto do Antigo Testamento.
Durante
séculos a Igreja Cristã utilizou as Escrituras Sagradas sem definir solenemente
sua fé na inspiração dos livros sagrados. Com o passar dos anos chegou-se a
compreensão de que Deus é o autor do Antigo e do Novo Testamento, listando
todos os livros sacros.
Duas
expressões que aparecem no Novo Testamento são utilizadas pelos teólogos para
dar autoridade divina
às Escrituras: escritor
inspirado
(
2Pe 1.19-21 ) e livro inspirado ( 2Tm
3.15 ). Assim o cristianismo aceita “ DEUS – autor da Escritura e os
homens como seus instrumentos, sem reduzi-los a instrumentos mecânicos.
A TEORIA DO DITADO
Segundo
a qual Deus teria comunicado idéias e palavras aos escritores bíblicos, que
escreviam exatamente o que haviam recebido em suas mentes. Esta
obra foi abandonada no final do século XIX.
A TEORIA DA APROVAÇÃO SUPERIOR
Afirmava
que os homens escreveram os livros da
Bíblia e a Igreja os aprovou. Ela ( a teoria ) foi modificada mais tarde com a
idéia de que o Espírito Santo teria dado assistência aos escritores,
impedindo-os de cometer erros, sem interferir com outra influência.
A TEORIA DA INSPIRAÇÃO FORMAL E NÃO MATERIAL
Que
afirmava haver Deus inspirado o conteúdo das Escrituras e não a expressão
verbal, fruto do talento e da capacidade dos escritores sagrados.
Essa
teoria foi modificada em sua parte
metodológica. Isto é, não se deveria partir da afirmativa de que “Deus é o
Autor “, mas da noção teológica de inspiração divina. Enfim é o estudo da
Bíblia o ponto de partida básico para se refletir sobre a inspiração divina que
é Deus operando para produzir um efeito concreto: a Bíblia.
No
século XIX, o próprio princípio da inspiração foi julgado, pois alguns negavam
a intervenção sobrenatural de Deus, Entretanto, foi formulado o seguinte
princípio:
“Se alguém não aceita como sacros e
canônicos os livros completos
das Sagradas
Escrituras com todas
as suas partes, segundo
a
enumeração que deles faz
tradições e os concílios da Igreja,
ou se
alguém nega que estes livros
são divinamente inspirados, que este
tal seja anátema”.
O
influxo da divina inspiração sobre o autor sagrado, pode-se dizer, começa com a
própria vida.
No
caso de Jeremias, por exemplo, foi chamado desde o ventre materno
(
Jr. 1.5 ). Possuía qualidades intelectuais, imaginativas e emocionais para
compor determinado livro. No momento de realizá-lo, a inspiração divina atuou
sobre a pessoa, que foi preparada para uma tarefa definitiva na história da salvação.
A
ação de Deus sobre o autor sagrado pode ser definida como Spiritu Sancto
Inspirante.
Essa
inspiração influi em todas as faculdades do autor, afetando o entendimento
especulativo ( o que se há de comunicar ) e o entendimento prático ( o modo de
comunicá-lo ).
O
autor sagrado possuía convicção, segurança e visão penetrante desenvolvidas sob
o influxo da inspiração. A comunidade redcebia os textos na certeza de que eram vindos de Deus. O Senhor Deus utilizou
pessoas lugares, coisas e acontecimentos
para dirigir e orientar o entendimento do autor sagrado.
A
vontade do autor também estava sobre o influxo da inspiração divina.
Uma
vez aceitando a Bíblia como a palavra de Deus, observam-se os efeitos desta inspiração sob quatro aspectos:
1
Deus se
revela da Bíblia.
2
A Bíblia
forma uma unidade Completa.
3
A Bíblia
permite o encontro entre Deus e a pessoa.
4
A inerrância
na Bíblia se evidencia.
A FORMAÇÃO DO CÂNON
Toda
Religião revelada precisa do estabelecimento de um Cânon sagrado que
identifique a revelação de Deus.
A
fé judaico-cristã sentiu a necessidade do Cânon para conservar, preservar e
observar essa revelação.
Canônicos
são livros aceitos pela comunidade cristã como sagrados, divinamente inspirados
e fidedignos para a instrução dos fiéis.
No
Antigo Testamento os critérios eram:
Os
autores sagrados registraram, de forma escrita, as revelações e mensagens que
recebiam da parte de Deus, para que servissem
de orientação aos seus descendentes. ( Ex.17.14; Dt.31.24; At.7.38 em
diante).
A
confirmação pelo Espírito Santo,produzindo Fé e Obediência à palavra de Deus.
CÂNON JUDAICO
O
cânon hebraico é composto de 24 livros, divididos em três grupos:
A
Lei ( Torah ), os profetas ( Nebhim ) e
os escritos ( Kethubim ).
TORAH
– Gênesis – Êxodo – Levítico – Números e Deuteronômio.
NEBHIM
– Josué, Juizes, Samuel, Reis, Isaias, Jeremias, Ezequiel, e os doze
( os nossos profetas menores ).
KETHUBIM
– Salmos – Provérbios, Jó, Daniel, Esdras, - Neemias - Crônicas -( os cinco rolos ) Cantares Estér
- Rute - Lamentações - Eclesiastes .
Obs:
“Os cinco rolos”. São chamados assim porque cada um deles foi escrito
individualmente para ser lido nas festividades judaicas:
Cantares
- na Páscoa.
Festa
em que os Israelitas comemoram a libertação dos seus antepassados no Egito (
Ex 12.1-20; Mc 14.12 ). Cai no dia 14 de
NISÂ ( colheita de cevada, mais ou menos
1 de abril ). Em hebraico o nome dessa festa é Pessach. A FESTA DOS PÃES ASMOS
era um prolongamento da Páscoa ( Dt
16.1-8).
Rute
- no Pentecostes.
Festa
da Colheita ( At. 2.1 ) A palavra
pentecostes é grega e quer dizer “ qüinquagésimo” (dia), pois essa festa era
comemorada cinqüenta dias depois da Páscoa. (
Colheita Geral , Vinicultura ( mês 5/6 ).
Eclesiastes - na
Festa dos Tabernáculos.
Festa
dos Israelitas para lembrar o tempo em que os seus antepassados haviam morado
em barracas na viagem pelo deserto, do Egito à Terra Prometida ( Lv. 23. 33-36
). Começava no dia 15 do mês de ETANIM e durava uma semana ( mais ou menos a
primeira semana de outubro ).
Estér
- no Purim
Festa
dos judeus que caía nos dias 14 e 15 de adar,( chuvas tardias, mês 12 ) na qual se comemorava a vitória contra HAMÂ.
“Purim” quer dizer “sortes” (Et 3.6; 9. 20-32 ).
Lamentações - no
aniversário da destruição de Jerusalém.
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