domingo, 4 de novembro de 2012

BIBLIOLOGIA I


      


 

Teologia


Bibliologia I

 

TEORIAS SOBRE A INSPIRAÇÃO DA BLÍBLIA

 

O termo Bíblia é o plural da palavra grega Biblos ou a forma diminutiva biblion, mais utilizada na versão dos LXX e no Novo Testamento.

Significava, no principio, qualquer tipo de documento escrito:

Rolo – códice – carta e etc...

Na versão dos LXX e nas fontes judaicas e cristãs, o termo Livro Sagrado ou o hierai biblioi designava o Pentateuco ou conjunto do Antigo Testamento. 

Durante séculos a Igreja Cristã utilizou as Escrituras Sagradas sem definir solenemente sua fé na inspiração dos livros sagrados. Com o passar dos anos chegou-se a compreensão de que Deus é o autor do Antigo e do Novo Testamento, listando todos os livros sacros.

Duas expressões que aparecem no Novo Testamento são utilizadas pelos teólogos  para  dar  autoridade  divina  às  Escrituras:   escritor  inspirado

( 2Pe 1.19-21 ) e livro inspirado ( 2Tm  3.15 ). Assim o cristianismo aceita “ DEUS – autor da Escritura e os homens como seus instrumentos, sem reduzi-los a instrumentos mecânicos.

 

A TEORIA DO DITADO

 

Segundo a qual Deus teria comunicado idéias e palavras aos escritores bíblicos, que escreviam exatamente o que haviam recebido em suas mentes.   Esta obra foi abandonada no final do século XIX.

 

A TEORIA DA APROVAÇÃO SUPERIOR

 

Afirmava que os homens  escreveram os livros da Bíblia e a Igreja os aprovou. Ela ( a teoria ) foi modificada mais tarde com a idéia de que o Espírito Santo teria dado assistência aos escritores, impedindo-os de cometer  erros,  sem interferir com outra influência.

 

 

A TEORIA DA INSPIRAÇÃO FORMAL  E NÃO MATERIAL

 

Que afirmava haver Deus inspirado o conteúdo das Escrituras e não a expressão verbal, fruto do talento e da capacidade dos escritores sagrados.

Essa teoria foi modificada  em sua parte metodológica. Isto é, não se deveria partir da afirmativa de que “Deus é o Autor “, mas da noção teológica de inspiração divina. Enfim é o estudo da Bíblia o ponto de partida básico para se refletir sobre a inspiração divina que é Deus operando para produzir um efeito concreto: a Bíblia.

No século XIX, o próprio princípio da inspiração foi julgado, pois alguns negavam a intervenção sobrenatural de Deus, Entretanto, foi formulado o seguinte princípio:

 

            “Se alguém não aceita como sacros e canônicos os livros completos             

            das   Sagradas  Escrituras  com  todas  as  suas partes,  segundo  a

            enumeração que deles  faz  tradições e os concílios da Igreja,  ou se

            alguém nega que estes livros são   divinamente inspirados, que este

            tal seja anátema”.

 

O influxo da divina inspiração sobre o autor sagrado, pode-se dizer, começa com a própria vida.

No caso de Jeremias, por exemplo, foi chamado desde o ventre materno

( Jr. 1.5 ). Possuía qualidades intelectuais, imaginativas e emocionais para compor determinado livro. No momento de realizá-lo, a inspiração divina atuou sobre a pessoa, que foi preparada para uma tarefa   definitiva na história da salvação.

A ação de Deus sobre o autor sagrado pode ser definida como Spiritu Sancto Inspirante.

 

Essa inspiração influi em todas as faculdades do autor, afetando o entendimento especulativo ( o que se há de comunicar ) e o entendimento prático ( o modo de comunicá-lo ).

 

O autor sagrado possuía convicção, segurança e visão penetrante desenvolvidas sob o influxo da inspiração. A comunidade redcebia os textos na certeza de que  eram vindos de Deus. O Senhor Deus utilizou pessoas lugares, coisas e acontecimentos  para dirigir e orientar o entendimento do autor sagrado.

 

A vontade do autor também estava sobre o influxo da inspiração divina.

Uma vez aceitando a Bíblia como a palavra de Deus, observam-se os efeitos  desta inspiração sob quatro aspectos:

 

1           Deus se revela da Bíblia.

2           A Bíblia forma uma unidade Completa.

3           A Bíblia permite o encontro entre Deus e a pessoa.

4           A inerrância na Bíblia se evidencia.

 

 

A FORMAÇÃO DO CÂNON

 

Toda Religião revelada precisa do estabelecimento de um Cânon sagrado que identifique a revelação de Deus.

A fé judaico-cristã sentiu a necessidade do Cânon para conservar, preservar e observar essa revelação.

 

Canônicos são livros aceitos pela comunidade cristã como sagrados, divinamente inspirados e fidedignos para a instrução dos fiéis.

 

No Antigo Testamento os critérios eram:

 

Os autores sagrados registraram, de forma escrita, as revelações e mensagens que recebiam da parte de Deus, para que servissem  de orientação aos seus descendentes. ( Ex.17.14; Dt.31.24; At.7.38 em diante).

A confirmação pelo Espírito Santo,produzindo Fé e Obediência à palavra de Deus.

 

 

CÂNON JUDAICO

 

O cânon hebraico é composto de 24 livros, divididos em três  grupos:

 

A Lei  ( Torah ), os profetas ( Nebhim ) e os escritos ( Kethubim ).

 

TORAH – Gênesis – Êxodo – Levítico – Números e Deuteronômio.

 

NEBHIM – Josué, Juizes, Samuel, Reis, Isaias, Jeremias, Ezequiel,  e os doze  ( os nossos profetas menores ).

 

 

 

KETHUBIM – Salmos – Provérbios, Jó, Daniel, Esdras, - Neemias  - Crônicas -( os cinco rolos ) Cantares Estér - Rute  - Lamentações - Eclesiastes .

 

Obs: “Os cinco rolos”. São chamados assim porque cada um deles foi escrito individualmente para ser lido nas festividades judaicas:

 

Cantares  -  na Páscoa.

 

Festa em que os Israelitas comemoram a libertação dos seus antepassados no Egito ( Ex  12.1-20; Mc 14.12 ). Cai no dia 14 de NISÂ ( colheita de cevada,  mais ou menos 1 de abril ). Em hebraico o nome dessa festa é Pessach. A FESTA DOS PÃES ASMOS era um prolongamento da Páscoa  ( Dt 16.1-8).

 

Rute   -  no Pentecostes.

 

Festa da Colheita  ( At. 2.1 ) A palavra pentecostes é grega e quer dizer “ qüinquagésimo” (dia), pois essa festa era comemorada cinqüenta dias depois da Páscoa. (  Colheita Geral , Vinicultura ( mês 5/6 ).

 

 

Eclesiastes  -  na Festa dos Tabernáculos.

 

Festa dos Israelitas para lembrar o tempo em que os seus antepassados haviam morado em barracas na viagem pelo deserto, do Egito à Terra Prometida ( Lv. 23. 33-36 ). Começava no dia 15 do mês de ETANIM e durava uma semana ( mais ou menos a primeira semana de outubro ).

 

Estér   -  no Purim

 

Festa dos judeus que caía nos dias 14 e 15 de adar,( chuvas tardias, mês 12 )  na qual se comemorava a vitória contra HAMÂ. “Purim” quer dizer “sortes” (Et 3.6; 9. 20-32 ).

 

Lamentações    -  no aniversário da destruição de Jerusalém.

 

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